terça-feira, 29 de setembro de 2009

Coteminas perde recurso e pode entrar na lista suja do trabalho escravo

A empresa já foi alvo de denúncias na Paraíba por demitir funcionários e recontratá-los em empresas terceirizadas. Denúncia está no vídeo "Precarização do trabalho das costureiras", da União Brasileira de Mulheres.

A Coteminas, maior empresa têxtil do país, perdeu um recurso em segunda instância e está sujeita a entrar na lista suja do trabalho escravo. A empresa pertence à família do vice-presidente da República, José Alencar. Alvo de uma blitz do Ministério do Trabalho há dois anos, a empresa havia conseguido na 1ª Vara do Trabalho de Blumenau o direito de não figurar na lista. A União recorreu, e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 12ª região, em Santa Catarina, aceitou o recurso. Com a decisão, de 14 de setembro e publicada nesta segunda-feira (28) no Diário Oficial, cabe agora ao Ministério do Trabalho incluir a empresa no cadastro de empregadores infratores, que será atualizado em dezembro. O órgão diz cumprir as decisões judiciais. A Coteminas vai recorrer da decisão. Segundo o presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar, o departamento jurídico da empresa ainda estuda se irá ao Tribunal Superior do Trabalho ou se ainda irá entrar com um embargo declaratório, que é um pedido de esclarecimento sobre a decisão. Ele diz que após as irregularidades terem sido constatadas, a empresa fez uma profunda reformulação. "Reconheço que erramos. De fato, em 2007, foram vistas irregularidades na nossa unidade. Mas nós imediatamente rescindimos o contrato com a empresa e não mais terceirizamos essa atividade. Contratamos pessoas, fomos verificar o que havia de mais moderno para esse tipo de trabalho, compramos equipamentos e assumimos essa tarefa", afirmou. Na primeira instância, todos os 30 autos de infração lavrados contra a empresa haviam sido considerados nulos. As multas também haviam sido canceladas. Com a reforma da decisão, a empresa terá de pagar pelas irregularidades apontadas. A operação do grupo móvel do Ministério do Trabalho ocorreu em outubro de 2007. Foram resgatados 26 trabalhadores em condição análoga à de escravos de um local que faz parte de um projeto de exploração de eucaliptos para o abastecimento das caldeiras da unidade da Coteminas em Blumenau (SC). Segundo os fiscais que participaram da ação, os alojamentos dos trabalhadores não contavam com instalações sanitárias, o que os obrigava a tomar "banho de paninho" (esfregando um pano úmido pelo corpo). Também não havia, de acordo com eles, um local adequado para as refeições, fornecimento de água potável, de equipamentos de proteção individual e de energia elétrica nos alojamentos. Em seu despacho, a juíza relatora Lourdes Dreyer diz "excluir da condenação [de primeira instância] a obrigação de não fazer incumbida à União, consistente na abstenção de incluir o nome da Coteminas no cadastro previsto na portaria número 540 do Ministério do Trabalho e Emprego".


Terceirização

A Coteminas, líder no segmento de produtos têxteis no Brasil, diz que os trabalhadores foram recrutados por uma empresa terceirizada. Segundo Josué Gomes da Silva, a prestadora de serviços era considerada idônea e fazia trabalhos para outras empresas da região. Como se tratava de uma atividade-meio (e não fim), diz, não considera plausível a autuação da Coteminas, já que a terceirização neste caso "é plenamente normal e legal". Além disso, diz, o percentual de madeira era "ínfimo" para a matriz energética. "Hoje, essa atividade é desempenhada dentro da empresa. Tanto é que a equipe do ministério voltou lá e fez até elogios à mudança." Ele diz discordar de uma eventual inclusão da Coteminas na "lista suja". "Isso só levará a empresa para a vala comum, já que na listagem há empregadores que realmente não se preocuparam como nós." Para o grupo móvel do ministério, no entanto, a empresa usada na intermediação pertence ao chamado "gato" (o arregimentador da mão de obra), figura típica do trabalho escravo. "A operação do grupo móvel identificou elementos que caracterizam a escravidão contemporânea no Brasil, a começar pela existência do preposto usualmente conhecido como “gato”, que opera por meio de uma pessoa jurídica, cuja sede é em sua própria residência", diz nota técnica do ministério. Segundo os fiscais, os trabalhadores foram atraídos até o local sob falsas promessas de trabalho abundante, boa remuneração e boas condições laborais, havendo indícios de aliciamento. "O fato é que o número e a intensidade das violações constatadas na propriedade favoreciam diretamente a atividade econômica e permitem compor um quadro estarrecedor de completo desprezo pela dignidade humana dos trabalhadores por parte daqueles que se utilizam da sua força e dos seus serviços", afirma o documento feito pelos fiscais.

domingo, 27 de setembro de 2009

Dois fortes olhares sobre o nazismo






Por Mabel Dias


A Primeira e a Segunda Guerra Mundial sempre são temas que despertam a atenção de escritores, cineastas, videastas, poetas e outros artistas. São inúmeras as obras que conhecemos e que retratam esta terrível parte da História mundial. Dentro deste contexto, o surgimento do nazi-fascismo, movimento presente na Segunda Guerra Mundial, também é um tema bastante explorado.
Esta semana pude conferir duas obras cinematográficas que me deixaram impactada e que falam justamente sobre o mal que o nazi-fascismo e a guerra em si causaram a humanidade.
O primeiro filme é Saló – 120 dias em Sodoma, do polêmico cineasta italiano, Pier Paolo Pasolini (1922- 1975). O filme foi rodado no ano da morte do diretor e é considerado uma crítica aos poderes dominantes na Itália, fazendo uma simbologia com a estória de vários jovens italianos (homens e mulheres) que na Itália fascista de 1944 sofrem horrores nas mãos de quatro poderosos. O Duque representando a nobreza, o Bispo como a igreja, o Presidente é a personificação do poder político e o Magistrado como a corrupção e a parcialidade da justiça.
Os/as jovens são recrutados em várias vilas e lugares inóspitos, submetidos/as a uma triagem ridícula. Uma garota é dispensada por faltar um dente, comparação óbvia com a escolha de um animal. Outro tenta fugir e é metralhado no caminho. O fato é que dezesseis jovens são isolados em uma mansão e passarão por três círculos: Círculo das Taras (ou manias), Círculo da Merda e Círculo do Sangue. Saló é baseado na obra do Marquês de Sade. O filme mostra submissão, sexo e muita violência. É grotesco! Humilhação como jamais o cinema mostrou. Não sei dizer qual dos círculos é o mais repugnante! O filme em si é repugnante!
Não consegui assistir a Saló até o final. É preciso realmente ter muito estômago para poder conferir esta obra de Pasolini até o final e entender o que o cineasta quis repassar. Logo no começo do filme, ele já alerta que tudo vai se passar: “Na ante sala do inferno”.


O outro filme, que desta vez assisti por completo, mas que me fez chorar bastante, foi O menino do pijama listrado, do diretor Mark Herman e adaptação do livro de mesmo nome, do escritor John Boyne. Bruno, um garoto de oito anos, filho de um nazista, precisa se mudar de Berlim com sua família para outra cidade, onde seu pai tem uma nova “missão”: matar mais judeus e pregar o ódio para “defender” a nação alemã.
Chegando lá ele não tem mais os amigos para brincar nem vai mais a escola. O pai contrata um tutor, que passa a dar aula a ele e a sua irmã de doze anos, repassando as crianças, a história montada pelos nazistas. Não contente em ficar restrito a brincar apenas dentro de casa, Bruno encontra uma abertura que dá para o seu quintal e começa a descobrir um novo e cruel mundo. É lá que conhece Shmuel, que também tem a sua idade e a partir daí, Bruno vai elucidando aos poucos o mistério que cerca as atividades de seu pai.
A amizade que nasce entre Shumel, um garoto judeu preso no campo de concentração com seus pais, e Bruno é muito bonita, e um belo exemplo a ser seguido em um mundo, seja em que época for, que ainda discrimina pela cor, pelo o que a pessoa é.
Para se redimir com o novo amigo – Bruno, por medo, não impediu que um dos soldados que vigiava sua casa batesse em Shumel, ele procura o amigo, pede desculpas e diz que vai ajudar a encontrar o pai dele, que estava desaparecido. Para isto, ultrapassa a cerca que o separa de Shumel, veste o uniforme listrado usado por todos/as os capturados/as pelos nazistas (que para Bruno era um pijama de listras) e cai no campo de concentração. A partir daí, o desfecho da história é para lá de emocionante e inesperada. John Boyne conseguiu fazer com que os nazistas, e em especial o pai de Bruno, sentissem na pele o mal que eles causaram a milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças. Da pior forma possível. O menino do pijama listrado nos traz uma bela história de amizade que brota entre duas crianças, um judeu e um alemão (filho de nazistas) que quebram todas as cercas da violência e do vil preconceito. Sempre as crianças, com sua inocente verdade.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Milhares vão às ruas contra o fascismo na Espanha




Aproximadamente nove mil pessoas saíram às ruas de Madri no sábado (12), num ato em memória de Carlos Palomino e contra o fascismo, na véspera da semana do julgamento do seu assassino. Muitas faixas, estandartes e cartazes foram vistas no protesto. Diversos slogans foram gritados: “Carlos, irmão, nós não te esquecemos”, “Carlos vive, Josué assassino”, “Vocês, fascistas, são os terroristas”, "Sem justiça não haverá paz”, “Carlos vive, a luta continua”, entre outras.


Um porta-voz da manifestação disse ao portal de contra informação lahaine.org: “Foi realizada uma campanha muito forte em todo o país, mas, sobretudo, em Madri. Aqui temos a prova, milhares de pessoas vieram para se manifestarem contra a impunidade fascista, contra a cumplicidade da polícia com os nazistas, para lembrar porque morreu Carlos. Ele ainda explicou: “Quanto ao julgamento não temos nenhuma pretensão além daquelas explicadas no comunicado da convocatória do ato, nós, como Carlos, estamos reivindicando uma justiça justa, uma paz justa. Isso não é possível com o capitalismo ou o fascismo, é por isso que lutamos." Carlos Palomino, um jovem antifascista de 16 anos, foi assassinado na capital espanhola em 11 de novembro de 2007, por Josué Estébanez de la Hija, um militar neonazi de 24 anos. Também foram registrados atos em recordação a Carlos Palomino em Sevilha, Barcelona, Zaragoza, Valladolid, La Corunha, entre outras cidades espanholas. Mais infos visite a página do portal lahaine.org. Galeria de imagens da manifestação de Madri: http://www.lahaine.org/index.php?p=40060




Enviado por Moésio Rebouças

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Campanha divulga 16º Ranking da Baixaria na TV

www.fenaj.org.br

Na quarta-feira passada (26/8), a coordenação executiva da campanha“Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” divulgou o 16º Ranking da Baixaria na TV, em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Do último ranking, divulgado em outubro de 2008, até agora, foram recebidas 874 denúncias de telespectadores, por intermédio do site dacampanha (www.eticanatv.org.br) e do Disque Câmara (0800 619 619).Desde novembro de 2002, quando iniciou suas atividades, mais de 35 mil denúncias foram registradas pela campanha.Iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dosDeputados, em parceria com entidades da sociedade civil, destinada a promover o respeito aos direitos humanos e à dignidade do cidadão nos programas de televisão, a campanha “Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania” surgiu por deliberação da 7ª Conferência Nacional deDireitos Humanos, maior evento anual do setor no País. A ação da campanha consiste em receber denúncias de telespectadores e entidades que considerem conteúdos da programação televisiva violadores de direitos humanos e de outros princípios constitucionais.Apelo sexual, incitação à violência, apologia ao crime, desrespeito aos valores éticos da família e horário impróprio são as principais reclamações dos telespectadores que nortearam a elaboração do 16ºRanking da Baixaria na TV.Dentre os cinco programas mais denunciados, dois são reincidentes: o“SuperPop”, da Rede TV!, que já havia figurado nos rankings de 2006 e 2008, e o “Pânico na TV”, da mesma emissora, que esteve presente no ranking de 2008.Outros dois programas listados no novo ranking são regionais,veiculados apenas na Bahia: “Na Mira” (TV Aratu/SBT) e “Se liga Bocão”(TV Itapoan/Record), de emissoras sediadas em Salvador(BA), ambos enquadrados no gênero policialesco.O novo campeão de reclamações, porém, é o “Jogo Aberto”, programa esportivo da TV Bandeirantes, alvo de 88 denúncias fundamentadas e analisadas pelos pareceristas da campanha. Confira abaixo os detalhes do ranking. De acordo com Augustino Veit, integrante da coordenação executiva da campanha, as denúncias recebidas são fruto do engajamento ativo de uma parcela dos telespectadores no monitoramento dos conteúdos da televisão. “As emissoras de TV são concessões públicas e, portanto,têm obrigações constitucionais a respeitar. Quando uma pessoa se sente agredida ou ofendida por um programa, a quem ela pode recorrer? Exceto pela TV Brasil, as televisões não possuem ombudsman ou ouvidor que possa receber as críticas da população, que tem todo o direito de cobrar do poder público as providências para a prevenção e punição às violações de direitos cometidas nos programas. A campanha visa responder a uma demanda da cidadania ativa em relação aos meios dec omunicação”, avalia Veit.Os expositores convidados para a segunda mesa da audiência pública,sobre a campanha, foram o psicólogo Ricardo F. Moretzsohn,representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na coordenação executiva da campanha; o procurador da República Marcus ViníciusAguiar Macedo, representante da Procuradora Federal dos Direitos doCidadão (PFDC) do Ministério Público Federal (MPF), e o deputadofederal Emiliano José (PT-BA).

16º RANKING DA BAIXARIA NA TV
1º lugar: "Jogo Aberto" (TV Bandeirantes): 88 denúncias fundamentadassobre desrespeito às torcidas de futebol, incitação à violência,vocabulário impróprio para o horário.
2º lugar: "Pânico na TV" (Rede TV!): 69 denúncias fundamentadas sobreexposição de pessoas ao ridículo, apelo sexual, palavras de baixocalão.
3º lugar: "SuperPop" (Rede TV!): 33 denúncias fundamentadas sobreexcesso de nudez e exposição de pessoas ao ridículo.4º lugar: "Na Mira" (TV Aratu/SBT - Salvador/BA): 31 denúncias fundamentadas sobre sensacionalismo, apologia à violência edesrespeito à pessoa humana.
5º lugar: "Se liga Bocão" (TV Itapoan/Record - Salvador/BA): 22denúncias fundamentadas sobre desrespeito à pessoa humana, incitação àviolência e incitação ao ódio.

Fonte: CDHM e site eticanatv

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O nojo dos odores do corpo


*baseado no texto “Nojenta?”, da Revista TRIP.

Uma síndrome dos tempos modernos tem afetado muitas mulheres: o nojo de tudo que sai do próprio corpo. É o que podemos chamar de “doença social” que faz com que passemos a achar que coisas naturais, como secreções, suor, menstruação e pelos são nojentos. Por isto, vamos refletir: aquilo que sai de nosso corpo é mesmo tão desagradável assim?
Parece que sim, pois a indústria dos cosméticos é a que mais cresce no Brasil. É a terceira em tamanho no varejo mundial. Só sabonetes íntimos existem dez tipos. E com vários aromas. Há também uma grande variedade de protetores para calcinha de uso diário. Estes crescem em torno de 15% por ano nas vendas. Absorventes são mais de 30 à venda em supermercados, farmácias, em qualquer lugar, ao alcance da mão. E um dos responsáveis pela poluição à mãe natureza. Na embalagem, o produto já anuncia que ameniza os odores da menstruação e outros carregam no rótulo a promessa de manter o fluxo sem contato com o corpo.
Segundo o filósofo Mario Sergio Cortella, da PUC-SP, isto é uma doença social, pois a cada dia aumenta o processo de desnaturalização do corpo, como se pudéssemos barrar a natureza, e isto tem afetado principalmente as mulheres. Porque será?
O professor compara nosso corpo ao shopping Center. Há 30 anos, diz ele, esse processo antinatureza começou nos shoppings, onde a luz é artificial, as plantas não crescem naturalmente, e não há nem relógio para que as pessoas não vejam o tempo passar. A mesma coisa acontece com o corpo da mulher.
A depilação, principalmente a íntima, é vista como sinal de “limpeza”. Em sites, livros e revistas que ensinam a “se preparar para uma noite de amor”, ela é vista como fator fundamental. Muitas vezes listam uma série de coisas que a mulher precisa, deve fazer para agradar o parceiro. Sempre ela. E a depilação é um dos requisitos que não pode faltar! Enquanto a eles, nada disto é imposto, pelo contrário. Se bem que ultimamente com a criação pela mídia do termo “metrossexual”, usado para definir aqueles homens bastante vaidosos, a depilação também tem feito parte da prática de boa parte do público masculino, que a vêem também como “sinônimo de higiene”.
O ginecologista Adailton Salvatore diz que os pelos tem uma função de proteção. E depilar com muita freqüência a área genital, a mulher ficará sem defesa contra bactérias. O exagero no uso de sabonetes íntimos também pode ser prejudicial, pois as substâncias podem ressecar a área e, a longo prazo, até fazer com que a região fique propicia a infecções. O alerta maior vai para os protetores de calcinha de uso diário.
Mas porque tanta rejeição às nossas “zonas úmidas”? O psicanalista Christian Dunker, da USP, arrisca palpites. Para ele, o corpo se tornou tão importante por ser algo que imaginamos controlar, moldar e produzir como imagem de nós mesmos/as. Não podemos controlar o nosso cheiro, mesmo o uso de xampus, cremes e perfumes, estas práticas são corrompidas pelo nosso suor, pelos odores do ambiente, pela presença do cheiro do/a outro/a.
A historiadora Mary Del Priori, autora do livro Histórias das Mulheres no Brasil, conta que o termo “cc” surgiu na década de 40 e significa extamente cheiro do corpo. A assepsia, conta ela, começou a virar mania a partir dos anos 70. Foi nessa época que a Barbie se espalhou pelo mundo. E com ela a imagem de uma mulher sem pelos, sem manchas, literalmente de plástico.
De acordo com Mary de Priori, a partir daí, a fêmea passou a ser desodorizada.