sexta-feira, 12 de junho de 2009

Textos e palavras

Este blog surgiu da necessidade de publicar e divulgar os textos que eu vinha escrevendo nos últimos meses. Porém, por alguns problemas pessoais, não tenho conseguido inspiração para produzi-los. A não ser os do local onde trabalho, que aí, tenho que fazer se não, não recebo o ganha-pão! Nem lendo o blog de Wagner Lima, amigo jornalista, isto tem acontecido, tão pouco os textos de outro amigo, Dalmo Oliveira. Porém, acredito que em breve tudo voltará ao "normal" e então conseguirei divulgar meus pensamentos sobre vários assuntos que transitam em minha mente. Espero acordar de madrugada com um surto "escrevetério" e assim postar aqui no blog e divulgar a minha humilde escrita.
Devagar se vai ao longe.

Mabel Dias
jornalista

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A batalha na USP - comentário de Celso Lungaretti

Senhor Cidadão, não adianta colocares toda tua máquina de comunicação,inclusive a mídia que te é subserviente, para embaralhar os fatos, atirandosobre funcionários, professores e estudantes da USP a culpa pela batalhacampal que teve lugar na Cidade Universitária, igualzinha àquelas dos temposásperos da ditadura militar, quando eu e você tínhamos coisas até parecidas:pelo menos nossos ideais, da mesma cor vermelha e moldados no mesmo barro dasolidariedade para com os explorados.
Só que, enquanto eu os defendia nas ruas, os teus passos te levaram para bemlonge, onde não havia sustos, nem companheiros tombando ao teu lado, nem oteu sangue corria risco de ser derramado pela causa.
Talvez advenha daí o teu rápido esquecimento daquilo que continua impressoindelevelmente na minha mente: as lições aprendidas na luta.
Uma delas é a de que, quando manifestantes e tropas de choque estão frente afrente, o conflito acaba sempre ocorrendo. E a imprensa patronal acabasempre culpando os "baderneiros" e fechando os olhos à bestialidade dosfardados.
E o pior é que nem uns, nem outros são os verdadeiros culpados. Aresponsabilidade é de quem arma o tabuleiro dessa forma.
Caso do episódio desta terça-feira (9). Pois não havia necessidade nenhumade se designarem os mais truculentos efetivos da Polícia Militar para oacompanhamento de uma manifestação pacífica, na qual o pessoal da USPdistribuiria flores aos transeuntes, faria os discursos de sempre e depoisse retiraria, como sempre, com a sensação de dever cumprido daqueles quetiveram brio de protestar contra as injustiças.
Mas, foram as odiadas e odiosas tropas de ocupação que o teu governo colocouem cena, o que só poderia ser tomado como uma provocação por aqueles queestavam lá exatamente para protestarem contra a presença de tropas deocupação na universidade (o último lugar onde elas deveriam estar!).
E deu no que deu, Senhor Cidadão: essas imagens chocantes que jamaisdeveriam se repetir em plena democracia, mas servem ao teu propósito deconvencer a direita que és confiável. Agora, no teu afã de angariar apoiospara a corrida presidencial, provastes aos inimigos de outrora que não hánada, absolutamente nada, que deixarás de fazer.
Foi como se dissesses aos reacionários: "às favas todos os escrúpulos deconsciência!". Lembras? Trata-se da frase que definiu o papel histórico docoronel Jarbas Passarinho, aquele que era teu antípoda há quatro décadas ehoje, talvez, nem tanto...
Que vida amarga!
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Jornalista, escritor e ex-preso político, Celso Lungaretti