terça-feira, 4 de outubro de 2011

Manifestação na UFPB pede segurança para evitar violência contra a mulher


Por Mabel Dias

Estudantes, professores e representantes do movimento feminista realizaram nesta terça, 04, no campus da UFPB, em João Pessoa, uma manifestação para exigir segurança no local.

A manifestação foi motivada após uma estudante do curso de Serviço Social ter sofrido violência sexual nas proximidades da UFPB, na última sexta feira, 30, quando ela voltava para casa. Os manifestantes saíram em caminhada pelos principais pontos da universidade, com faixas e apitos, até chegar ao prédio da Reitoria, onde foi realizada uma roda de diálogo para debater a violência contra a mulher na Paraíba, e em especial, dentro do campus universitário. É bom lembrar que este não é o primeiro caso de violência contra a mulher que acontece próximo a UFPB.


Após o protesto, uma comissão foi recebida pelo reitor Rômulo Polari, e os pró-reitores de extensão e assuntos comunitários, Lúcia Guerra, e o de Assistência e Promoção Estudantil, Severino Lima. Foi entregue uma carta, exigindo ações que garantam a integridade física das/os que fazem a comunidade acadêmica. Entre estas ações solicitadas, está a reativação imediata do posto policial do CCHLA; a instalação, em caráter de urgência, de outro posto no girador que dá acesso ao bairro dos Bancários; segurança nas residências femininas (Centro e Castelo Branco) e que a Reitoria acione o governo do estado para colocar uma viatura fazendo rondas nas imediações da mata do Buraquinho, local onde aconteceu o estupro.
“É importante também que a universidade paute esta questão da violência contra a mulher em sua agenda e que estas medidas sejam atendidas e colocadas em prática o mais rápido possível para que outras mulheres não sofram violência”, afirmou a professora do curso de Serviço Social, Nívia Pereira, uma das integrantes da comissão.

Terlúcia Silva e Luana Natielle, da Organização de Mulheres Negras – Bamidelê, lembraram o caso da estudante africana Kadija, que há um ano e meio, foi agredida por um vendedor de cartão de crédito, dentro da UFPB. A estudante foi vítima de racismo e de agressão física e moral. “Durante este período o que a universidade fez para reverter este quadro? Que tipo de ação está sendo feita para acabar com o preconceito racial?”, questionou Terlúcia Silva.

Durante a reunião, o reitor Rômulo Polari apresentou algumas providências que a universidade deve tomar para coibir a violência contra a mulher no campus, entre elas, reforço na iluminação pública, aumento no número de seguranças e a colocação de um transporte interno. Foi proposta ainda a realização de uma reunião entre os Centros Acadêmicos, Conselho Universitário, o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher (NIPAM), o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), que atuam na UFPB, para organizar uma campanha educativa direcionada a comunidade acadêmica.

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