sábado, 8 de agosto de 2009

O jogo com a vida dos/as outros/as

Que bela medida educativa foi tomada neste sábado, 08, pelas pessoas que são orientadas a “cuidar” dos direitos das crianças e dos adolescentes. Uma mãe que explorava seus dois filhos pequenos em sinais da capital, mandando-os pedir esmolas, foi presa por ordem da promotora da infância e da juventude, Soraya Escorel. Apenas a mulher foi punida. A atitude dos pais é totalmente reprovável, mas em vez de prender a mãe (e quanto ao pai, o que foi feito?) não seria melhor buscar um emprego para ela e mostrar que o que ela fazia não estava correto com os/as filhos/as? Será que a promotoria da infância não teria meios de realizar esta ressocialização da mãe com seus filh@s? Até quando o Judiciário vai agir desta maneira, buscando resolver os problemas sociais sempre de maneira punitiva, repressora? Me lembro bem quando fui na promotoria da Infância de João Pessoa e me deparei com uma cena que acaba com o dia de qualquer um/a: um menino, de aproximadamente 13 anos, algemado (parecia um perigoso bandido!) e sendo conduzido por um policial a uma sala para ser interrogado. Depois de ser interrogado, foi levado de volta a cela onde estava preso. Nestas horas e em tantas outras, onde estão os órgãos de defesa e promoção dos direitos destes seres humanos?
Ah, mas a promotora diria: “estou cumprindo o que diz a lei!” Mas e desde quando os senhores de gravata e as senhoras de terninho em seus escritórios com ar refrigerado sabem o que é a realidade, passando apenas a interpretá-la de acordo com a lei?
O pior é que esta mulher ficará em uma prisão, sabe-se lá por quanto tempo, e @s filh@s em um abrigo ( um de seis anos, outro de três e o mais novo de um ano de idade) sentindo medo, fome e sem nenhum amparo da senhora (in)justiça! Será que a promotora da infância e da juventude sabe as condições de um abrigo? Como se cuida destas crianças nestes lugares? A desigualdade social é a cúmplice destes casos, promovendo mais uma violência que a mãe e o seu marido faziam a estas crianças, mas a sociedade e a senhora (in)justiça agem apenas aplicando a lei, e passam a cometer mais uma violência em vez de buscar resolver a questão de uma maneira mais humana.
Sou apenas uma simples jornalista que usa a escrita para expressar o que sente diante de tanta injustiça que acontece neste mundão! Se estas crianças fossem filhas de alguém da classe alta, com certeza nada disto aconteceria. Mudar o rumo das coisas, como eu gostaria. E é falando, escrevendo que busco dar minha ínfima contribuição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário