sexta-feira, 11 de março de 2011

Absorventes ecológicos e o Ayurveda



Por: Sabrina Alves


Sou usuária de absorventes ecológicos há pelos menos 5 anos. Sempre tive problemas com os descartáveis vendidos em farmácia e com praticamente todas as marcas, e olha que nunca usei os internos. Quando fui estudar Ayurveda, logo me dei conta que, segundo a filosofia, não bastava eu saber meu biótipo, precisava expandir a compreensão daquilo que me desequilibrava. E, como mulher, percebi que no mundo de hoje a maioria das coisas que me desequilibravam, desequilibravam também a maioria das mulheres. E um dos grandes perturbadores da vida plena de uma mulher é o absorvente descartável e, mais ainda, os de uso interno.

Os estragos, embora enormes, são silenciosos e "silenciados". Variam desde alergias de contato, assaduras, fissuras, sem contar que com o abafamento úmido, a imunidade local e a flora vaginal baixam virando porta de entrada para todo o tipo de invasão, bactérias e vírus.

Para saber mais sobre a composição dos absorventes descartáveis recomendo fortemente a visita ao site pioneiro no Brasil "Coisas de Mulher" da Diana Hirsch (http://www.coisasdemulher.com.br). Lá fala sobre a composição absurda (metais, surfactantes, desinfetantes, fragrância, bactericida, fungicida, gel absorvente, colas, e traços de organocloretos entre outras coisas) que insistem em colocar no meio das nossas pernas sem nenhum órgão regulamentar o que pode ou não colocar no produto.

Para o Ayurveda é bem simples o raciocínio: está lá o subdosha Apana Vata, o movimento e fluxo descendente localizado e manifesto em tudo aquilo que segue o caminho da eliminação para baixo: fezes, urina e sangue menstrual. O sangue menstrual tem um caminho muito claro para seguir: direto para o centro da terra. O fato é que com esse monte de "quinquilharia" dentro e no meio de você, não tem Apana vata que dê conta de eliminar todo o conteúdo do seu endométrio.

No Ayurveda é muito óbvio que desarmonias como ovários policísticos, endometriose, vaginite, entre outras, uma das causas seria o uso desses "intrusos". As células não eliminadas corretamente migram e se alojam em lugares indevidos "dando crias de doenças" e infertilidade. Mas sei bem que não basta eu falar, escrever e recomendar. A raiz do problema é forte e longa. Muitos anos acreditando que o sangue menstrual é sujo e repugnante, fica realmente complicado pensar como voltar a usar as toalhinhas que as avós usavam. Precisamos de mudanças reais. Um novo paradigma.

As novas "Toalhas da Vovó" são bem mais próximas de nossa vida moderna, urbana e cotidiana. São de flanelas ou de algodão orgânico; têm abas laterais, tamanhos diversificados, para tipos de fluxo e para horas do dia também (diurno e noturno). Mas se ainda sentir nojo do próprio sangue, ou vier com a velha falácia de que "não tem tempo", ou que isso é atrasado, ainda continuará a fazer parte da massa de mulheres reféns da tecnologia barata dos absorventes e "rolhas" descartáveis.

Já os coletores, que não são absorventes, pois "coletam" e "aparam", estão entrando muito bem no mercado. Coletores menstruais são copinhos de silicone ou látex, usados como....COLETORES internos. Ao invés de absorver a menstruação, o sangue fica retido no copinho a espera que você o esvazie. É também ecológico porque não gera lixo e lavável, de fácil manutenção e uso. Também não resseca as mucosas vaginais. Há uns anos eu só conseguia em sites australianos e espanhóis. Mas hoje já é possível encontrar no Brasil. Realmente uma maravilha para as mulheres que tem problemas com o Ph do sangue em contato com a mucosa da vagina (mas isso no Ayurveda também é considerado uma desarmonia; fica para um outro artigo).

Mas usando o raciocínio do Ayurveda ele ainda restringe o Apana vata, por ser "coletor" e não permitir o "livre fluxo" do prana. Estou condenando o coletor? Não!! Tenho estimulado muito as mulheres que me procuram em consultas e também as dos círculos de mulheres a usarem. Uma boa forma de se tocarem e começar a melhorar a relação com próprio sangue, pois assim terão de ficar cara a cara com ele. Muito embora minha orientação seja para que tenham tanto o "absorvente ecológico" como o "coletor". Principalmente para as que são atletas, dançarinas/bailarinas e que não tenha como se recolher durante a menstruação. Ficando o "coletor" para os dias de treino e apresentação e para os dias restantes o "absorvente ecológico".

Acabo usando-o como o "caminho de tijolos amarelos" que levará para liberdade de escolha e auto-gestação feminina.

Fonte: http://yogajournal.terra.com.br/show_coluna.php?id=1082

Um comentário:

  1. Eu ainda irei usar os bio, pq os comerciais são para mim uma tortura mesmo!!!

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