sábado, 12 de fevereiro de 2011

Falsa

# "São só barganhas..." Eis o motivo de ter entregue a cabeça do colega, de bandeja. Entre uma desfaçatez e outra, sorri docemente. Como foi frustrado o meu desejo de trabalhar com teatro, interpreto o tempo inteiro na minha vida.

Qualquer situação de impasse exige um sorriso que liquida toda dúvida. Mas minha maior maestria foi ter adotado a distração como tática. As inúmeras lições de comodismo e mau caratismo que absorvi trabalhando compuseram meu perfil profissional, só que a cara de lesada era um trunfo individual.

Há consonâncias entre o ideal e o real, mas não para uma pessoa que entregou-se às crenças comuns, materiais e de estatus. Faço apologias ao bitolamento sim! Creio que estar presa, numa gaiola linda, espaçosa, com grades finíssimas folheadas a ouro, é o máximo que qualquer ser vivo consegue, não?

Ninguém se presta atualmente, gratuitamente, à bondade. Não fujo a essa regra ultrapassada e me mostro típico protótipo da humanidade. Conheço milhares de pessoas, chamo todo mundo de amigo (incluindo os inimigos). Mastigo, com os parentes mais velhos, esse bolo solado e sem açúcar que é a falsidade.

O jeito, para mim, foi continuar sendo isso: uma farsa. Podia ser melhor, eu sei. "Devia ser o que todos são, medíocres... seria prudente", refleti assim já, um dia. Por piedade de quem me vê com uma das minhas dezenas de máscaras. Rio muito ao tirá-las, por dentro de mim, rio demais!

Em todo caso prefiro a ilusão real ao sonho inalcançável. Cubro tudo com minha existência irreal, com meus 300 fakes para as milhares de redes sociais... fazendo crer, em minha atuação eterna, que sou uma sendo outra pessoa.

#valdívia costa

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