terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O que estão fazendo às nossas crianças?


Na Bahia, uma criança de dois anos é levada ao hospital com queixas de dores no peito e são encontradas 50 agulhas em seu corpo. No Maranhão, mais outra criança, após realizar um exame, os médicos constatam que há cerca de 20 agulhas em seu corpo. Bebês jogados de apartamentos. Crianças violentadas sexualmente e mortas. Trabalho infantil.
O que estão fazendo às nossas crianças? São cada vez mais freqüentes casos de agressões a crianças no Brasil. A mídia noticia quase que diariamente que uma criança foi agredida ou morta por pessoas da família ou próximas a ela. E os casos são os mais estarrecedores possíveis. E não há nenhuma explicação para isto.
Esta semana mais um fato chocante aconteceu. Na cidade de Piancó, Paraíba, uma menina de apenas seis anos foi estuprada e assassinada pelo seu vizinho, um fugitivo da penitenciária da Pampulha, em Brasília. Preso em flagrante, o estuprador foi morto logo em seguida dentro da cadeia por algumas pessoas que se revoltaram com o crime. Detalhe: ele tinha sido preso em Brasília por ter violentado outra criança.
Em 2008, dois irmãos foram mortos e seus corpos esquartejados pelo pai e pela madrasta. O crime só foi descoberto depois que lixeiros recolheram o lixo da casa e encontraram parte dos corpos dos pré-adolescentes dentro de sacos de lixo. Escrever sobre este caso, e todos estes, é de embrulhar o estômago e de ficar muito mais do que revoltada. Não é possível imaginar que pai e mãe sejam capazes de cometer tamanhas violências contra seres humanos inocentes, cheios de amor e indefesos. Quem deveria cuidar, amar, são os que causam dor e sofrimento. São os que matam. Neste caso dos irmãos, eles vinham sofrendo maus tratos do pai e da madrasta há meses, chegaram a dormir na rua e procuraram o conselho tutelar para pedir ajuda. A conselheira que os recebeu não acreditou nos meninos e os levou de volta aos seus algozes. Neste dia, eles foram mortos. Consigo enxergar o desespero destas crianças ao se deparar com seus agressores e ao perceber que desta vez não seriam apenas surras e castigos, mas que agora, perderiam a vida. É de se perguntar: os conselheiros/as tutelares e demais pessoas que trabalham em órgãos responsáveis por zelar pelos direitos de crianças e adolescentes estão realmente preparados/as e dispostos/as a colocar em prática o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente? Será que há um acompanhamento e apuração eficaz de denúncias de abusos, maus tratos, exploração sexual infanto-juvenil por parte destas pessoas que são eleitas para tal função? O que, nós, sociedade, podemos fazer para evitar que mais casos de violência contra crianças aconteçam?
E mais preocupante: porque tanta violência contra as crianças? Sabemos que este tipo de comportamento por parte dos adultos vem de muitos anos atrás. Casos de infanticídios estão registrados na história. Mas é impossível aceitar isto e não querer fazer justiça com as próprias mãos, mesmo que não seja o indicado. Não tenho filha/o, mas tenho sobrinho e não sei o que faria se alguém, seja conhecido ou não, fizesse algum mal a ele. Não fico parada, calada quando vejo casos de agressão a crianças na minha frente. Ficava pensando se valeria a pena denunciar ao conselho tutelar...O que está havendo com o ser humano?

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