segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ano Novo, velhos problemas....






Faltam apenas três dias para o início de 2010. Estamos no século XXI, mas problemas básicos, e que já poderiam ter sido resolvidos, continuam a existir, seja nos grandes centros ou em cidades do interior. Pessoas ainda morrem de fome, não tem lugar para morar, outras moram de maneira precária e as casas não têm saneamento básico, o acesso a políticas públicas de saúde é difícil ou inexistente. Ao passar dos anos, parece que estas questões sociais ao invés de serem solucionadas, aumentam cada vez mais. O número de pessoas à margem da miséria é enorme. Não é mais uma pessoa que mora nas ruas; São famílias inteiras; Crianças continuam a cheirar cola e serem exploradas sexualmente para poder conseguir se manter e acordar no dia seguinte.
E todos/as nós sabemos que o motivo maior de tanta desigualdade está no sistema econômico, o capitalismo, onde uma minoria concentra grande parte da riqueza nas mãos, enquanto a maioria recolhe migalhas (salários ou esmolas) para sobre-viver! Olhamos para os lados e vemos apenas soluções paliativas para resolver questões tão preocupantes. E nós temos que ter clareza que precisamos fazer parte desta solução e não delegá-las a governos e ONGs (que parecem mais aprofundar estes problemas do que de fato solucioná-los). Em 2010 haverá eleições majoritárias, para presidente, governo, deputados estaduais e federais, e estes problemas sociais, mais uma vez, permearão os guias eleitorais. Os políticos sempre prometendo “o fim da miséria e um mundo justo e igualitário para todos e todas”. Até a linguagem de gênero eles/elas estão incorporando ao discurso, visto a crescente presença e participação das mulheres na vida pública. Mas, na prática, nada se faz ou como já disse antes, são tomadas medidas paliativas para enganar o “povão” e dizer que algo está sendo feito. Quando na verdade, não estão fazendo nada, pois caso estivessem, o grau de desigualdade diminuiria e não cresceria a cada ano, de maneira perceptível a todos/as.
Nós que sobre-vivemos na sociedade real vemos pelas janelas dos ônibus crianças dormindo nas ruas, catando do lixo a primeira refeição do dia, quando já é noite. Adolescentes sem ir à escola para ficar nos sinais lavando párabrisas de carro para poder conseguir algum trocado. Enquanto um político, que vai apenas três dias ao local de trabalho (quando vai), ganhar, dependendo do cargo, cerca de R$ 10.000 a R$ 18.000! O Brasil é um dos países onde o índice de corrupção é altíssimo, haja vista, os escândalos que a mídia noticia quase que diariamente: políticos recebendo propinas para poder facilitar o trabalho de seus comparsas! Enquanto o povo, ah, o povo...é iludido com promessas que nunca serão cumpridas e continua a pagar impostos para financiar a hipocrisia política e o jogo do poder. Capitalismo e Estado caminhando juntos. E ainda dizem que o povo tem poder através do voto...tsc, tsc
Infelizmente, o cenário não é nada bom no futuro. Sempre na passagem de um ano para outro, almejamos sim uma sociedade livre, justa e igual, mas não podemos conceber tal sociedade se sobre-vivemos em um sistema que por si só é excludente e opressor. Se formos voltar na História, vamos perceber que ela se repete, apenas com contornos diferentes. Li uma vez uma frase escrita no muro que dizia mais ou menos assim: “Para mudar a sociedade, revolta popular”


Nenhum comentário:

Postar um comentário