Há algumas semanas, o autor da novela "Viver a Vida", da Rede Globo de Televisão, vem tocando no tema do aborto. E o modo que Manoel Carlos decidiu abordar um assunto tão delicado não é nada agradável nem respeitoso, principalmente, para as mulheres que, em alguma vez decidiram realizar um aborto. Através dos personagens Marcos ( José Mayer), Luciana (Aline Moraes) e Tereza (Lilian Cabral), o autor trata as mulheres que já abortaram, como criminosas e que merecem ser punidas com cadeia, já que, na visão cristã e machista dele, elas cometeram um assassinato. O alvo de tanta ira recai sobre a personagem de Helena, vivida por Taís Araújo, que realizou um aborto, quando em um determinado momento de sua vida, não tinha condições de levar adiante uma gravidez. Falas pesadas e discriminatórias são direcionadas contra a personagem de Helena, que em nenhum momento, reage à altura e não rebate as acusações que lhe são feitas. É como se ela aceitasse tudo o que está sendo dito, inclusive pelo seu marido, Marcos, que após receber a notícia pela própria Helena que está grávida, diz: “Se já matou uma vez, pode matar de novo”. Helena passa então a se sentir mais culpada e a carregar esta culpa por toda a sua vida. E tocar neste assunto, para ela, é como abrir uma ferida que ainda não cicatrizou. O que acontece com a maioria das mulheres que realizam aborto, pois a sociedade em vez de oferecer conforto e solidariedade, aponta-lhes o dedo e diz que são assassinas e pecadoras.
Em nenhum momento, Manoel Carlos traz situações em que as discussões sobre o aborto mostrem a dor de Helena e de milhares de mulheres que, em determinado momento de sua vida, vem como única saída, recorrer ao aborto. As mulheres não abortam por que gostam e merecem ser respeitadas e apoiadas nesta sua decisão. Isto a novela não mostra e nem deseja mostrar. A opção é realmente levar adiante a criminalização das mulheres. Colocar um tema tão importante e delicado como este em uma novela, em um país hipocritamente católico, desta forma, é querer ferir o íntimo das mulheres que lutam por autonomia e o direito de decidir se querem ou não ser mães. Mas, o discurso parece estar fechado (até porque a Globo orienta-se pelos dogmas da Igreja Católica) e não há chance de debater o aborto sem ser por uma ótica moralista e repressora. O objetivo da novela "Viver a Vida" não é este, e isto já pudemos perceber. Só não aceitamos.
Aborto não é crime e as mulheres não podem, não devem ser punidas porque decidiram tomar esta decisão. Helena e todas as outras que abortaram são seres humanos com direitos e só elas sabem porquê optaram realizar este procedimento, que não é nada fácil decidir. Por isto, como diz a letra de Nando Reis, na música Diariamente, “para a mulher que aborta, repouso”, e acrescento com letras maiúsculas, RESPEITO”.
NENHUMA MULHER DEVE SER PRESA, HUMILHADA, PERSEGUIDA OU MALTRATADA POR TER FEITO ABORTO!
Alguns dados: há vários projetos sobre o tema do aborto no Congresso Nacional. O último projeto apresentado para a legalização do aborto foi resultado do trabalho de uma comissão especial que incluía integrantes dos poderes executivo e legislativo, e a participação da sociedade civil. Este projeto indica que o aborto pode ser feito até a 12º semana por decisão da mulher e até a 20º semana, nos casos que a gravidez é decorrente de estupro ou põe em risco a vida da mãe.
el problema es que en el aborto no se decide solo por la vida de la mujer, sino por la del niño que viene en camino, por lo tanto va más allá de ser cristiano o no, tiene que ver con si tenemos derecho a escoger si esa criatura indefensa a quien debiéramos cuidar hay que matarla solo porque la mujer, quiere evitar tener una vida más difícil. Creo que lejos de permitir o apoyar el aborto, hay que apoyar a aquellas mujeres que se han embarazado sin ser esta su voluntad, que en su mayoría ha sido por su propia responsabilidad, para que no quiten la opción de vivir a esa pequeña criatura que viene en camino, es injusto para ellos. No es la solución matar a ese bebé, creo yo.
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