sábado, 16 de maio de 2009

Nome "gripe suína" é errado, o certo seria "gripe Estados Unidos"

Em primeiro lugar, a doença recente que já matou quase 200 pessoas em todo mundo não deveria ser chamada de “gripe suína”, pois também contém componentes humanos e aviários, e até agora não se localizou nenhum porco afetado gravemente e/ou morto pelo vírus, disse na segunda-feira a Organização Mundial da Saúde Animal (conhecida por sua antiga sigla OIE).
Os suínos tem um aparelho respiratório que é particularmente sensível a ser contaminado por vírus humanos, de aves ou da mesma raça e quando uma célula recebe ao mesmo tempo uma carga dessas três origens, como ocorreu agora, existe a possibilidade de que daí surja o que se denomina de um vírus reagrupado, com características novas. Este vírus, denominado de H1N1 porque contém as proteínas Hemaglutinina (H) e Neuraminidase (N1), primeiro se tornou uma cepa própria dos porcinos e depois conseguiu saltar a barreira entre as espécies atacando o homem e começando a transmitir-se entre humanos. O nome adotado pelas sociedades médicas e o mais correto em caso de polêmica é o Influenza A -H1N1. “O vírus não foi isolado em animais até agora. Portanto, não se justifica chamar a doença de ‘influenza’ (gripe) suína”, disse a OIE, que tem sede em Paris. A Comissão Européia e a Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram que o vírus não foi vinculado a porcos e descartaram qualquer risco de contaminação pelo consumo de carne suína ou derivados.
Como comprova a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, do Governo do Estado de São Paulo, esta doença “está “amplamente disseminada em granjas da Europa Central e América do Norte. O subtipo que classicamente infecta os suínos é o vírus H1N1, porém pode ser infectado pelo H3N2 humano, causando infecções mais leves. O H1N1 pode também ser encontrado no homem, cavalo e em algumas espécies de aves. Nos países onde a gripe suína é endêmica a doença afeta os rebanhos principalmente no outono, inverno e início da primavera. A doença tende a ocorrer em epizootias, com intervalos anuais. O vírus, quando sozinho no suíno, causa apenas doença respiratória benigna, mas pode agir sinergicamente com outros agentes bacterianos ou virais causando uma forma de síndrome infecciosa. Sabe-se que o vírus da influenza circula nos animais, onde sofrem rearranjos e recombinações genéticas, e a partir deles podem infectar os seres humanos”. (acesso: www.fmvz.unesp.br/Noticias/Not_41/notatecnica_gripesuina.pdf em 09/05/2009).
De acordo com a OIE e outras entidades internacionais, seria mais lógico chamar o vírus de “gripe norte-americana”, baseando-se na sua origem geográfica, que começou nos Estados Unidos em Fort Riley /Kansas e no Queens em Nova Iorque , a exemplo da “gripe espanhola” (pandemia de origem animal que matou mais de 50 milhões de pessoas em 1918 e 1919). De acordo com o último balanço da OMS, os Estados Unidos têm mais da metade dos casos confirmados de gripe suína registrados em todo o mundo (2.254, de um total de 4.379). O México tem 1.626. No total, 104 pessoas estão hospitalizadas em diversos estados americanos Para Anne Schuchat, do Centro Americano de Controle e Prevenção das Doenças, é preciso observar as tendências, em vez de se focalizar nos números. “Nossa avaliação é que a transmissão do vírus nos Estados Unidos está em andamento, é um vírus muito contagioso, semelhante ao da gripe sazonal”, declarou. As autoridades americanas estão trabalhando para definir as características da gripe, e para desenvolver uma vacina. “O vírus da gripe é imprevisível, e pode se modificar", alertou Schuchat, conclamando as autoridades sanitárias a se prepararem também para a chegada da gripe sazonal, cujo impacto pode se combinar ao da Influenza A - H1N1.
As autoridades ressaltaram que a gripe sazonal deixa 36.000 mortos a cada ano nos Estados Unidos. A OMS mantém um nível de alerta 5 (numa escala de 6), e advertiu que o vírus pode diminuir de intensidade durante o verão e voltar com força no outono do hemisfério norte.
A questão é que a proximidade com a região do globo que é a matriz dessa doença (sul dos EUA), combinada com a precariedade do sistema de saúde do país, fez com que o México tivesse o maior índice de mortes pela doença (mais de 150 mortos). Nos EUA os casos de morte chegam apenas a 10. Mesmo assim, no México, a epidemia já perde a força. O último caso mortal foi registrado no dia 4 de maio.
Agora fica ao julgamento! Depois de saber destas informações que a imprensa brasileira cisma em não oferecer, chamemos de “gripe dos Estados Unidos” ou não?

Grupo de Estudos do Anarquismo --

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