sexta-feira, 17 de abril de 2009

Frente de Libertação Animal dá início a campanha anti vaquejadas

Campina Grande está consolidada como sendo uma das mais importantes etapas de circuitos de vaquejada que ocorrem aqui no Nordeste. Longe de ser motivo de orgulho, essa constatação causa embaraço, lástima e, principalmente, legitima uma realidade sanguinária e cruel: a da morte, da dor e do desrespeito aos animais e ao meio ambiente.
Nas vaquejadas dois vaqueiros correm a galope, cercando um animal que foge, tendo sua cauda tracionada e torcida para que caia no chão, o que lhe causa fraturas, rompimento de órgãos internos, traumatismos em várias partes do corpo e comprometimento da medula espinhal.
Sua cauda, muitas vezes, é arrancada.
Apontada como sendo uma manifestação da cultura popular por seus defensores, a vaquejada modernamente se encaixa muito mais enquanto uma indústria institucionalizada relacionada à tortura, a dor e a outros crimes ambientais e ações inconstitucionais.
Lei dos Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605/98), Art. 32: é crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. “A natureza cruel é atestada em laudo proferido pela Profa. Dra. Irvênia Luiza de Santis Prada, médica veterinária, Profa. Titular Emérita da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo que menciona a ocorrência de ruptura de ligamentos, luxação de vértebras e lesões traumáticas, enfatizando tratar-se de processos muito dolorosos e que trazem sofrimento mental.”E é tendo como base nessa evidência e tomando como inspiração precedentes jurídicos em Santa Catarina (Farra do Boi), São Paulo (o rodeio em Barretos), Sergipe (Parque de Eventos Zézé Rocha, em Lagarto), Rio de Janeiro (Parque Ana Dantas, Xerém), Bahia (Serra do Ramalho), Ceará (Sobral), e muitos outros, que lançamos essa campanha, que visa impedir que novas vaquejadas venham a acontecer nos dois parques de tortura animal aqui em Campina Grande, o Maria da Luz e o Haras Cunha Lima.
Além dessa intenção, intentamos instigar uma discussão na cidade acerca dessa prática e esclarecer o que é de fato a vaquejada. Para isso, convocamos a todos os indivíduos e grupos simpatizantes da causa animal para organizarmos essa campanha, de maneira a iniciar as discussões e dar conhecimento a todos de que intentaremos impedir o acontecimento não só da próxima vaquejada programada para o parque Maria da Luz no mês de Outubro como tentar findar essa prática violenta na cidade.
Como início dessa campanha, propomos uma manifestação pacífica nas ruas de Campina Grande, no dia 13 de Maio, dia que a história aponta ser o dia da libertação dos escravos. Por crermos que é nessa condição que os animais vivem e tendo consciência dos direitos constitucionais e legais deles que damos esse primeiro passo, e vos convocamos para que juntos demos passos mais significativos e ousados. Vaquejada não significa cultura, e sim tortura.

Frente de Libertação Animal.

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