sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O assassinato do futuro


A notícia dada de maneira rápida. Os pequenos flashes de informação (manter-se informadas/os?) e a apresentadora lança a nota: “Menino de 11 anos, acusado de assaltos, é assassinado em Cabedelo (PB)”. Em seguida, comercial e a vida segue normal. Normal?
Crianças, Crianças estão se envolvendo em situações de violência cada vez com mais cedo e com intensidade. A sociedade e os governantes assistem parados, estáticos a todo este quadro que se agrava a olhos vistos. A situação é delicada e triste. Existem conselhos tutelares, conselhos de defesa dos direitos de crianças e adolescentes, mas parece que nada consegue parar esta onda avassaladora de violência que atinge estas crianças e adolescentes carentes.
Há claramente uma guerra de classes. Não podemos negar isto e fugir da realidade. Não se cuida adequadamente destas crianças, há muitas iniciativas ótimas que alguns órgãos tentam colocar em prática, mas parece que esbarram na burocracia, ou na má vontade mesmo de não querer solucionar este problema social. É duro dizer, e sei que dói quando se fala, esta ferida está eternamente aberta, mas parece que se deixa o problema chegar a níveis extremos e não se dá a devida importância de que são VIDAS sendo exterminadas pela violência. São seres humanos, os quais lhes são arrancados o futuro e a dignidade. O caminho tem sido a rua, as delegacias e os necrotérios. Quando deveria ser a escola e parques de diversões. É difícil para qualquer jornalista ler ou escrever uma noticia como esta.
Os governos vão empurrando com a barriga, fingindo que são tomadas soluções, mas o que assistimos de maneira seca e que não dá para engolir de jeito nenhum, são acontecimentos como este e que somos obrigadas/os a ouvir ou ler na mídia. Sabemos que a situação é delicada e que a raiz da questão é profunda, deixou-se crescer e ganhar raízes fortes, fingir que faz algo, para agora tentar soluções paliativas. mas que muito´pouco mudam a realidade.
A notícia de mais mortes no presídio do Roger, em João Pessoa, esta semana e a divulgação do relatório do Conselho de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão da Paraíba alertando para o caos em que se encontrava a instituição prisional é mais um exemplo de que há uma guerra de classes posta.
A solução pode não ser fácil, não é mesmo. E creio que a mídia deve contribuir também, assim como fez com a matéria que denunciava as condições do presídio do Roger e dos presos que lá se encontravam, como também mostrar a situação grave e triste que passa milhares de crianças e adolescentes abandonados nas ruas de João Pessoa. Além de cobrar das “autoridades competentes” que façam valer os cargos que ocupam. O que não dá é continuar a noticiar fatos desta natureza e não propor soluções. Saber que crianças estão sendo exterminadas por um sistema desigual não pode ser uma informação habitual na mídia.

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